Sistemas de produção da batata-doce de polpa alaranjada (Clone IAC-1063) na manutenção do agroecossistema de Guilaze (Moçambique)
Resumo
R E S U M O
Em Moçambique a atividade agricola é praticada por maior parte da população, nas zonas rurais em particular, sendo que a maior parte da população moçambicana localiza-se na zona rural onde a prática da agricultura de subsistência é a base para sua sobrevivência. O estudo visa analisar os sistemas de produção da batata-doce de polpa alaranjada (Clone IAC-1063) na manutenção do agroecossistema de Guilaze, fundamentando-se na abordagem fenomenológica. O estudo é exploratório e qualitativo, conduzido sob a forma de um estudo de caso. Os entrevistados foram seleccionados através da Bola de Neve e os dados colectados por meio de entrevistas, observação direta, reuniões realizadas junto aos agricultores do agroecossistema de Guilaze e complementadas com a análise de dados secundários. Os agricultores do agroecossistema de Guilaze produzem culturas como batata-doce de polpa alaranjada (Clone IAC-1063), batata reno (Salanum tuberosum), mandioca (Manihot esculenta), milho (Zea mays), amendoím (Arachis hypogaea), feijão vulgar (Phaseolus vulgaris), feijão nhemba (Vigna ungiculta), couve (Brassica oleracea), repolho (Brassica oleracea L. var. capitata), alface (Lactuca sativa), cenoura (Daucus carota), pimento (Piper nigrum), tomate (Lycopersicon esculentum L.), alho (Allium rapa) e cebola (Allium cepa), sendo que a batata-doce de polpa alaranjada ocupa uma posição de destaque, dado que esta cultura possui capacidade de produzir altos rendimentos sem grandes investimentos, favorecendo muitos produtores desfavorecidos. Os resultados mostram que os sistemas de produção adoptados são a rotação de culturas, consorciação de culturas, cultivo de monocultura. É evidente uma agricultura que pouco faz a manutenção dos agroecossistemas, evidenciando-se o uso de agrotóxicos, prática da monocultura e retirada da cobertura vegetal, descaracterizando o ambiente.
Palavras-chave: Sistemas de produção. Batata-doce de polpa alaranjada. Manutenção do Agroecossistema de Guilaze.
Production systems for orange-fleshed sweet potato (Clone IAC-1063) in maintaining the agroecosystem of Guilaze (Mozambique)
A B S T R A C T
In Mozambique, agricultural activity is practiced by the majority of the population, in rural areas in particular, with the majority of the Mozambican population located in rural areas where the practice of subsistence agriculture is the basis for their survival. The study aims to analyze the production systems of orange-fleshed sweet potatoes (Clone IAC-1063) in the maintenance of the Guilaze agroecosystem, based on the phenomenological approach. The study is exploratory and qualitative, conducted in the form of a case study. The interviewees were selected through Bola de Neve and the data was collected through interviews, direct observation, meetings held with farmers in the Guilaze agroecosystem and complemented with the analysis of secondary data. Farmers in the Guilaze agroecosystem produce crops such as orange-fleshed sweet potato (Clone IAC-1063), reno potato (Salanum tuberosum), cassava (Manihot esculenta), corn (Zea mays), peanut (Arachis hypogaea), common bean (Phaseolus vulgaris), cowpea (Vigna ungiculta ), cabbage (Brassica oleracea), cabbage (Brassica oleracea L. var. capitata), lettuce (Lactuca sativa), carrot (Daucus carota), pepper (Piper nigrum), tomato (Lycopersicon esculentum L.), garlic (Allium rapa) and onion (Allium cepa), with sweet potatoes being orange pulp occupies a prominent position, given that this crop has the capacity to produce high yields without large investments, benefiting many disadvantaged producers. The results show that the production systems adopted are crop rotation, intercropping and monoculture cultivation. It is evident that agriculture does little to maintain agroecosystems, highlighting the use of pesticides, the practice of monoculture and the removal of vegetation cover, distorting the environment.
Keywords: Production systems. Orange-fleshed sweet potato. Maintenance of the Guilaze Agroecosystem.
Palavras-chave
Texto completo:
PDF (Português)Referências
Albuquerque, U. P., Lucena, R. F. P & Lins Neto, E. M. F. (2010). Seleção dos participantes da pesquisa. In: Albuquerque, U. P., Lucena R. F. P. & Cunha, L. V. F. C. (Ed.): Métodos e técnicas na pesquisa etnobiológica e etnoecológica: 21-38. NUPEEA, Recife.
Brazilian Journal of Development. (2020). Manejo de insetos fitófagos na cultura da Batata-Doce Ipomoea batatas (L.) Lam. Curitiba, v. 6, n. 1, p. 4050-4056.
Castilho, A. P., Borges, N. R. M., Pereira, V. T. (2017). Manual de metodologia científica do ILES/ULBRA Itumbiara-GO. (orgs.). 3.ed. Itumbiara: ILES/ULBRA.
Chayanov, A. V. (1974). La organización de la unidad económica campesina. Buenos Aires, Argentina: Ediciones Nueva Visión.
CIP (2013). Tudo o que Sempre Quis Saber Sobre a Batata-doce. Manual de Capacitação CdF – Alcançando Agentes de Mudança, Centro Internacional da Batata, Nairobi, Quénia.
Dufumier, M. (2007). Projetos de desenvolvimento agrícola: manual para especialistas. EDUFBA, Salvador.
Fagundes, G., Caraça, R., Lima, A., Lins, D., Ferraz, J. M., Habib, M. (2007). Agricultura familiar: caracterização de agroecossistemas no distrito de barão Geraldo, Campinas, SP. Revista Brasileira de Agroecologia. v. 2.
FAO (2013). Food and Agriculture Organization of the United Nations: FAOSTAT.
Franchini, Júlio Cezar et al. (2011). Importância da rotação de culturas para a produção agrícola sustentável no Paraná - Londrina: Embrapa Soja, CDD 631.452 (21. ed). 52 p.
Gliessmann, S. R. (2001). Agroecologia: processos ecológicos em agricultura sustentável. 2. ed. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 658 p.
Holanda, F. S. R. (2003). A gestão dos recursos hídricos e a sustentabilidade de agroecossistemas. Informe UFS, São Cristóvão, ano IX – Nº312.
Humphries, A. W. et al. (2004). Over-cropping lucerne with wheat: effect of lucerne winter activity on total plant production and water use of the mixture, and wheat yield and quality. Australian Journal of Agricultural Research, v. 55, n. 08, p. 839-848.
Instituto Nacional de Estatística. INE. (2017). IV Recenseamento Geral da População e Habitação de 2017, Maputo.
Leff, E. (2001). Saber Ambiental: Sustentabilidade, Racionalidade, Complexidade, Poder. Petrópolis: Vozes.
Minde, I. J. & Jumbe, C. B. L. (1997). Situation Analysis and outlook of Cassava and sweet potato in SADC Countries: A Study Report Prepared for SADC/IITTA/SARRNET: SARRNET Technical Report No 5.
Mosca, J. (2014). Agricultura familiar em Moçambique: Ideologias e políticas.
Negrão, J. (2018). Modelo de Comportamento econômico da família Rural Africana. Disponível em: https:// www.iid. org. mz / Acesso: 9. 08.
Ngailo S., Shimelis H. A., Sibiya J., & Mtunda K. (2015) Assessment of sweet potato farming systems, Production constraints and breeding priorities in eastern Tanzania. South African Journal of Plant and Soil, December 2015.
Pereira, A. A., Hungria, M., Franchini, J. C., Kaschuk, G., Chueire, L. M. O., Campo, R. J., Torres, E. (2007). Variações qualitativas e quantitativas na microbiota do solo e na fixação biológica do nitrogênio sob diferentes manejos com soja. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 31, n. 6, p.1397-1412.
Siqueira, J. A. S. (2018). A cadeia de valor do açaí: uma estratégia sistêmica na conservação dos agroecossistemas amazônicos no município de Carauari-AM. Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia.
Zilli, J. E., Rumjanek, N. G., Xavier, G. R., Coutinho, H. L. C., Neves, M. C. P. (2003). Diversidade microbiana como indicador de qualidade do solo.
Apontamentos
- Não há apontamentos.
Direitos autorais 2025 IDELTON DOS SANTOS PEDRO MATSINHE
Meio Ambiente (Brasil) | ISSN: 2675-3065
