Cheias e Inundações Urbanas em Moçambique: O caso da Cidade da Matola
Resumo
No contexto dos eventos climáticos extremos que têm afetado Moçambique de forma recorrente e com consequência alarmantes, analisámos particularmente a situação das cheias e inundações nas áreas urbanas da Cidade da Matola, olhando para os seus impactos, por um lado, e para os mecanismos de adaptação e mitigação sustentáveis para as comunidades afetadas, por outro. Com base na teoria da mudança e na metodologia qualitativa, realizámos a revisão da literatura, entrevistas semiestruturadas, observação direta e análise de conteúdo dos dados pertinentes. Os resultados do estudo revelam que a inexistência de planos urbanos em alguns bairros da Matola, aliada ao êxodo rural, provocou aumento do número de casas construídas em bacias, zonas baixas e em cursos de água. Ademais, o crescimento acelerado do Município da Matola aliado à ocupação desordenada do solo por falta de fiscalização adequada constitui também uma das principais causas responsáveis pelas inundações, que têm provocado a destruição de bens, serviços e infraestruturas locais, submersão parcial de residências, doenças de natureza hídrica e mortes. Assim, para além de medidas paliativas de efeito imediato tais como o socorro às populações afetadas, sucção de águas e limpeza de valas e valetas de drenagens, defendemos que a gestão das inundações demanda a elaboração de políticas, planos e estratégias de prevenção e mitigação, bem como ações cuja elaboração e implementação requerem uma visão e abordagem integrada, envolvendo equipes interdisciplinares e multisetoriais que lidam com cheias e inundações urbanas.
Palavras-Chave: Inundações urbanas; vulnerabilidade; estratégias de prevenção e mitigação; Cidade da Matola.
Texto completo:
PDF (Português)Apontamentos
- Não há apontamentos.
Direitos autorais 2023 Orlando Nipassa
Meio Ambiente (Brasil) | ISSN: 2675-3065
Revista sob Licença Creative Commons