Análise de porcentagem de cobertura e diversidade das espécies marinhas associadas a um costão rochoso na Enseada do Sítio Forte (Baía da Ilha Grande – Rio de Janeiro)

Herick Simas Santos, João Marcos Almeida Xavier da Silva

Resumo


DOI

Os costões rochosos são considerados um dos mais importantes habitats marinhos costeiros, pelas altas taxas de produtividade e pela grande diversidade de organismos que abrigam. Algumas características ecológicas dos invertebrados bentônicos e outros organismos associados permitem que sejam utilizados como bioindicadores da qualidade de ecossistemas submetidos a interferências humanas, como no caso dos costões da Baía da Ilha Grande - RJ. O presente estudo utilizou uma abordagem baseada em diversidade e abundância dos organismos bentônicos para avaliar efeitos de duas estruturas artificiais construídas sobre um costão rochoso na baía da Ilha Grande-RJ. Foram identificadas 14 espécies pertencentes a 5 diferentes filos de invertebrados. Também foram contabilizados e identificados 111 indivíduos de 9 espécies de peixes teleósteos. Em ambos os locais amostrados, os corais invasores Tubastraea coccinea e T. Tagusensis foram abundantes. Encontramos um aparente acoplamento entre a diversidade de peixes recifais com a disponibilidade de recursos alimentares, onde os herbívoros territoriais, predadores de invertebrados e espongívoros foram corelacionados positivamente com a abundância de algas turfosas, esponjas, zoantídeos e corais, indicando uma comunidade recifal funcional e bem estruturada, semelhante a outros costões rasos da Baía da Ilha Grande e de outras ilhas costeiras do estado do Rio de Janeiro. O uso de dados de diversidade e abundância de espécies marinhas foi uma ferramenta útil, barata e de execução rápida para a avaliação de impactos ambientais em costões rochosos, oferecendo elementos importantes para subsidiar a tomada de decisões de gerenciamento costeiro, avaliação e conservação ambiental.


Palavras-chave


Costão Rochoso, Biodiversidade, Avaliação Ambiental

Texto completo:

PDF (Português)

Referências


Castro P., & Huber M. E. (2012). Biologia Marinha (8ª ed). EUA. Wm. C. Brown Publishers.

Chaves, L. C. T., & Monteiro-Neto, C. (2009). Comparative analysis of rocky reef fish community structure in coastal islands of south-eastern Brazil. Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom. v 89 (3). 609–619.

Clements FE. (1916). Plant succession: Analysis of the development of vegetation. Carnegie Institute of Washington Publication.

Connell, S. D., Foster, M. S., & Airoldi, L. (2014). What are algal turfs? Towards a better description of turfs. Marine Ecology Progress Series. v 495. 299–307.

Coutinho, R., & Zalmon, I. R. (2009). O bentos de costões rochosos. In: Pereira, R. C & Soares-Gomes, A. Biologia marinha. (2 ed). Rio de Janeiro. Interciência. 147-158.

Creed, J. C. (2006). Two invasive alien azooxanthellate corals Tubastraea coccinea and Tubastraea tagusensis dominate the native zooxanthellate Mussismilia hispida in Brazil. Coral Reefs. 25. 350.

Creed, J. C., Pires, D. O., & Figueiredo, M. A. O (Org.). (2007a). Biodiversidade Marinha da Ilha Grande. Ministério do Meio Ambiente. Série Biodiversidade/23.

Creed, J. C., & De Paula, A. F. (2007b). Substratum preference during recruitment of two invasive alien corals onto shallow-subtidal tropical rocky shores. Marine Ecology Progress Series. v 330. 101–111.

Creed, J. C., & Oliveira, A. S. (2007). Uma metodologia e análise de impactos ambientais. In: Creed JC, Pires DO, Figueiredo MAO (orgs). Biodiversidade Marinha da Baía da Ilha Grande. Série Biodiversidade/23. Brasília. Ministério do Meio Ambiente, Brasil. 349–378.

De Paula, A. F. (2002). Abundância e distribuição espacial do coral invasor Tubastraea na Baía da Ilha Grande, RJ e o registro de T. tagusensis e T. coccinea para o Brasil. Dissertação de Mestrado. Universidade do Estado do Rio de Janeiro – RJ. Brasil.

De Paula, A. F., & Creed, J. C. (2004). Two species of the coral Tubastraea (Cnidaria, Scleractinia) in Brazil: a case of accidental introduction. Bulletin of Marine Science. v 74. 175-183.

Diaz, R. S. (2012). Estrutura de comunidades de costões rochosos de Angra dos Reis, Baía da Ilha Grande e sua relação com a qualidade da água. Dissertação de Mestrado. Museu Nacional. Universidade Federal do Rio de Janeiro - RJ. 20 p.

Diaz-Pulido, G., & McCook, J. L. (2002). The fate of bleached corals: patterns and dynamics of algal recruitment. Marine Ecology Progress Series. v 232. 115–128.

Ferreira, B. P., & Maida, M. (2006). Monitoramento dos recifes de coral do Brasil. Série: Biodiversidade/18. Ministério do Meio Ambiente. Brasil.

Ferreira, C. E. L., Ferreira, C. G. W., Rangel, C. A., Mendonça, J. P., Gerhardinger, L. C., Filho, A. C., Godoy, E. A., Junior, O. L., & Gasparini, J. L. (2007). Peixes Recifais. In: Creed, J. C., Pires, D. O., & Figueiredo, M. A. O (Org.). Biodiversiade Marinha da Ilha Grande. Ministério do Meio Ambiente. 293-322.

Ferreira, C. E. L., Junqueira, A. O. R., Villac, M. C., & Lopes, R. M. (2008). Marine bioinvasions in the Brazilian coast: brief report on history of events, vectors, ecology, impacts and management of non-indigenous species. In: Caldwell, M., Heldmaier, G., Jackson, R., Lange, O., Mooney, H., Schulze, E., & Sommer, U (eds). Biological invasions in marine ecosystems: ecological, management, and geographic perspectives. Springer. 459–478.

Floeter, S. R., Krohling, W e Gasparini JL. 2007. Reef fish community structure on coastal islands of the southeastern Brazil: the influence of exposure and benthic cover. Environ Biol Fish. v 78. 147–160.

Fortunato, H. F. M., De Paula, T. S., Esteves, E. L., Muricy, G., & Lobo-Hajdu, G. (2020). Biodiversity and structure of marine sponge assemblages around a subtropical island. Hydrobiologia. doi.org/10.1007/s10750-020-04183-4.

Froese, R., & D, Pauly. (Editors). (2021). FishBase: Wordwide Web electronic publication. www.fishbase.org. Acesso em 27/09/2021.

Gleason, H. A. (1922). On the relation between species and area. Ecology. v 3(2). 158-162.

Jompa, J., & McCook, L. J. (2003). Coral-algal competition: macroalgae with different properties have different effects on corals. Marine Ecology Progress Series. v 258. 87–95.

Koutsoukos, V. S. (2012). Descrição da estrutura de comunidades bentônicas de ilhas da estação eco- lógica de Tamoios, Baía da Ilha Grande, RJ. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal Fluminense. Niterói - RJ. 135 p.

Lages, B. G., Fleury, B. G., Menegola, C., & Creed, J. C. (2011). Change in tropical rocky shore communities due to an alien coral invasion. Mar. Eco. Prog Ser. v 438. 85-96.

Linares, C., Cebrian, E., & Coma, R. (2012). Effects of turf algae on recruitment and juvenile survival of gorgonian corals. Mar Ecol Prog Ser. v 452. 81–88.

Littler, M. M., Littler, D. S & Brooks, B. L. (2006). Harmful algae on tropical coral reefs: bottom-up eutrophication and top-down herbivory. Harmful Algae. v 5. 565–585.

Kohler, K. E & Gill, S. M. (2006). Coral Point Count with Excel extension (CPCe): a visual basic program for the determination of coral and substrate coverage using random point count methodology. Computers & Geociences. v 32. 1259-1269.

Mantelatto, M. C., Creed, J. C., Mourão, G. G., Migotto, A. E., & Lindner, A. (2011). Range expansion of the invasive corals Tubastraea coccinea and Tubastraea tagusensis in the Southwest Atlantic. Coral Reefs. 30:397.

Mantelatto, M.C. (2012). Distribuição e abundância do coral invasor Tubastraea spp. Dissertação de Mestrado. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro RJ. 121 p.

Nassar, C. (2012). Macroalgas marinhas do Brasil: Guia de campo das principais espécies. Technical Books. 178 p.

Pedrini, A. G (org). 2011. Macroalgas (Chlorophyta) e gramas (Magnoliophyta) marinhas do Brasil. Techical Books. 144 p.

Silva, A. G., Lima, R. P., Gomes, N. A., Fleury, B. G & Creed, J. C. (2011). Expansion of the invasive corals Tubastraea coccinea and Tubastraea tagusensis into the Tamoios Ecological Station Marine Protected Area, Brazil. Aquat. Invasions.v 6. 105–110.

Silva, A. G., De Paula, A. F., Fleury, B. G., & Creed, J. C. (2014). Eleven years of range expansion of two invasive corals (Tubastraea coccinea and Tubastraea tagusensis) through the southwest Atlantic (Brazil). Estuarine, Costal and Shelf Science. v 141. 9-16.

Santos, H. S., Silva, F. G. C., Mais, B. P., Fleury, B.G., & Creed, J. C. (2019). Environmental matching used to predict range expansion of two invasive corals (Tubastraea spp.). Marine Pollution Bulletin. v 145. 587–594.

Swierts, T., & Vermeij, M. J. A. (2016). Competitive interactions between corals and turf algae depend on coral colony form. PEERJ. DOI 10.7717/peerj.1984.

World Register of Marine Species (2021). Disponível em: https://www.marinespecies.org. Data de acesso: 28/09/2021.

Vermeij, M. J. A., Van Moorselaar, I., Engelhard, S., Hörnlein, C., Vonk, S. M., & Visser, P. M. (2010) The effects of nutrient enrichment and herbivore abundance on the ability of turf algae to overgrow coral in the Caribbean. PLoS ONE. 5:e14312.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2021 Herick Simas Santos, João Marcos Almeida Xavier da Silva

Meio Ambiente (Brasil) | ISSN: 2675-3065

CC-BY 4.0 Revista sob Licença Creative Commons
Language/Idioma
02bandeira-eua01bandeira-ingla
03bandeira-spn