A dinâmica do uso de fertilizantes químicos e insecticidas na agricultura em Moçambique, Província do Niassa
Resumo
Com ênfase numa pesquisa interdisciplinar, este artigo busca avaliar a dinâmica do uso de fertilizantes químicos e insecticidas na agricultura do Niassa, entre 2013 – 2015. O estudo centrou os seus objectivos específicos nos seguintes eixos analíticos: descrever o comportamento do uso de fertilizantes químicos e insecticidas na agricultura da província e por último, identificar os factores determinantes desta utilização. Para responder os objectivos propostos recorreu-se a abordagem mista (qualitativa e quantitativa), fundamentada por meio de documentos, observação directa e reportagens jornalísticas. Os resultados dos dados mostram que nos últimos três anos de (2013 -2015), a província consumiu, em 2014, 45.370 litros de insecticidas e em 2015, 58.056 litros, correspondendo a um acréscimo de 28%. De igual modo, foram utilizados, em 2014, 141.145.5 kg de fertilizantes e em 2015, 266.792,5 kg, correspondendo a um crescimento de 89%. Os factores determinantes da utilização de fertilizantes químicos e insecticidas na agricultura estão associados à dinâmica do crescimento do mercado de consumo alimentar, da população e dos problemas estruturais da agricultura moçambicana. As conclusões indicam que o crescimento do uso de fertilizantes químicos e insecticidas na agricultura do Niassa tem implicações no meio ambiente e na saúde pública da população, através da contaminação dos solos e dos alimentos.
Palavras-chave
Texto completo:
PDF (Português)Referências
Agadjanian, V; Arnaldo, C; Cau, B. (2011). Health costs of wealth gains: labor migration and perceptions of HIV/AIDS risks in Mozambique. Social Forces. 89, p.1097-1118.
Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo. Trad. de Luís Antero Reto, Augusto Pinheiro. São Paulo: Edições 70.
Bataglia, O; Santos, C. (1999). Efeitos da adubação NPK na fertilidade do solo, nutrição e crescimento da seringueira. R. Bras. Ci. Solo, p.881-890.
Boughton, D, e tal. (2006). Mudanças nos Padrões dos Rendimentos de Agregados Familiares Rurais em Moçambique de 1996 a 2002 e suas Implicações para a Contribuição da Agricultura para a Redução da Pobreza. Série de Relatórios de Pesquisa. Maputo: Direção de Economia do Ministério da Agricultura.
Bowles, R; Webster, J. (1995). Some problems associated with the analysis of the costs and benefits of pesticides. Crop Protection. 14(7), p.593-600.
Castel-Branco, C.(1994). Problemas estruturais do desenvolvimento agrário. In: Castel-Branco, C (editor). Moçambique Perspectivas Económicas. Faculdade de Economia (UEM): Friedrich Ebert Fundation (Maputo).
Catani, R; Gallo, R. (1954). Efeitos determinado no solo pelo uso contínuo de fertilizantes. Bragantia, Campinas, p.75-83.
Chichongue, Ó, et al.(2018). Desenvolvimento da agricultura de conservação para pequenos agricultores em Moçambique: rendimento de milho em cultivo conservacionista em Niassa, Nampula e Zambézia, in: Caderno de Resumo 1º Festival de pesquisa - Niassa “Tornando a pesquisa um momento de festa”, p.3.
Chissico, R.(2014). Avaliação de Riscos Ambientais do Uso de Agrotóxicos na Produção da Cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L) em Xinavane – Moçambique. 93f. Dissertação (Mestrado) – Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas.
Direcção provincial da agricultura e segurança alimentar do Niassa. (2018). Balanço anual do PES 2017. Lichinga: DPASAN.
Direcção provincial da agricultura e segurança alimentar do Niassa. (2017).Balanço anual do PES 2016. Lichinga: DPASAN.
Direcção provincial da agricultura e segurança alimentar do Niassa. (2016). Balanço anual do PES 2015. Lichinga: DPASAN.
Faria, N; Fassa, A; Facchini, L.(2007). Intoxicação por agrotóxicos no Brasil: os sistemas oficiais de informação e desafios para realização de estudos epidemiológicos. Ciênc.saúde colectiva. 12 (1), p.25-38.
Governo da província do Niassa. (2017). “Plano Estratégico do Niassa (2018-2029)”. Lichinga: GPN.
Macintyre, K; Rutenberg, N; Brown, L; Karim, A. (2004). Understanding perceptions of HIV risk among adolescents in KwaZulu-Natal. AIDS and Behavior. 8, p.237-250.
Malavolta. E.(1974). Tendências no uso de fertilizantes na América Latina: Princípios e perspectivas, in: Anais de E.S.A Luiz de Queiroz, p.657- 670.
Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar. (2014). Anuário de Estatísticas Agrárias 2012-2014. Maputo: Direcção de Planificação e Cooperação Internacional (DPCI).
Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar. (2015). Anuário de Estatísticas Agrárias 2015. Maputo: Direcção de Planificação e Cooperação Internacional (DPCI).
Mosca., J. (2015). Agricultura familiar em Moçambique: ideologias e políticas. Observador Rural. Documento de Trabalho nº24, Fevereiro, p.1-39.
Notícias (Online). Moçambique: Uso de fertilizante ainda incipiente. Caderno de Economia e Negócios. 17 de Julho de 2015. Disponível em: http://www.jornalnoticias.co.mz/index.php/caderno-de-economia-e-negocios/39953-mocambique-uso-de-fertilizante-ainda-incipiente.html. Acessado 16 out.2018.
Paschoal, A. (1979). Pragas, praguicidas e a crise ambiental: problemas e soluções. Rio de Janeiro: FGV.
Peres. F, Moreira. J (Organizadores) (2003). É veneno ou é remédio? agrotóxicos, saúde e ambiente. Rio de Janeiro: Fiocruz.
Perez-Nino, H (2014). O Crescimento da Cultura do Tabaco em Moçambique: Questões e Desafios para um Sector em Transformação.' In: Desafios para Moçambique. Maputo: IESE, pp. 101-136.
Rola. A ;. Pingali. P. (1993). Pesticides, rice productivity, and farmers’ health: an economic assessment. Manila: International Rice Research Institute.
Tomas, S. (2005). Agricultura familiar em Moçambique estratégia de desenvlovimento sustentável. Maputo.
Tavella, L, et al. (2011). O uso de agrotóxicos na agricultura e suas consequências toxicológicas e ambientais. ACSA - Agropecuária Científica no Semi-Árido, v.07, n 02 abril/Junho, p. 06 – 12.
Vala, S. (2009). A riqueza esta no campo: Economia rural, financiamento aos emprendedores e fortalecimento institucional em Moçambique, in: Conferência Inagural do IESE: desafios para a investigação social e económica em Moçambique, p.1-44.
Walker, B.H, C.S. Holling, S.R. Carpenter, and A. Kinzig. (2004). Resilience, adaptability and transformability in social–ecological systems. Ecology and Society 9(2), p.5.
WHO (World Health Organization). (1990). Public health impact of pesticides used in agriculture. Genebra: World Health Organization.
Zebarth, B. (1999). Improved manure, fertilizer and pesticide management for reduced surface and groundwater. (s l: se).
Apontamentos
- Não há apontamentos.
Direitos autorais 2023 Joaquim Miranda Maloa
Meio Ambiente (Brasil) | ISSN: 2675-3065
Revista sob Licença Creative Commons